terça-feira, 17 de março de 2009

Mas insisto em ficar...


Perdida em meus medos, eu me refreio, e aumenta o receio de te encontrar. Não sei se é sonho ou se é pesadelo, mas mesmo sem vê-lo, posso imaginar... E começo a sorrir, sem precaução alguma; e eis que a vida se inunda; de ternura e paz.
Antes fosse mentira, e que tivesse mais ira, um Deus que não permitisse amar. Tão grande, sentimento absurdo, faz dos sanos um surto, um adeus à lógica dar! E tão áspero, forte, e rude, como um leão que ruge, palpita em que decisão tomar... Que caminhos seguir? Como se fosse existir, outra opção além de te amar! Insisto, invisto num vulto, mas que engano absurdo, tentar a mim mesma enganar? Ingiro altas doses de dor, como pode o verdadeiro amor, me permitir chorar? Não é este que consome meus dias, que finda as alegrias, mas são os desenganos... Os desencontros e planos, que fazem a vida mudar... E mais que qualquer imprevisto, é o maior vício de insistir em ficar... Insistir em esperar... Esperar você... Esperar-te-ei até quando agüentar... Em desalento, em ânsia de te abraçar... E o medo de te perder é que me desgasta de aqui me encontrar. Sem saber de seus sorrisos, sem saber de seus vícios, sem saber de seu estar. E estar com quem? Com quem lhe quer bem? Ou com quem eu deveria trocar? Jamais, inóspito absurdo, não mudaria nem por um segundo, prefiro aqui ficar... Liberdade, convicção e desvelo, são atitudes de quem sabe amar... E o amor que soma; que transpassa a alma, é o que me acalma e me faz lembrar... De que o preço de tudo é o risco, e só quem entende o imprevisto, é capaz de somar! Lembra-te de tudo que te diminui! Lembra-te de tudo que te diminui os sorrisos, os amigos, os rumores... se ainda pensa que isso está dentre os amores, acaba de se equivocar!!! Sinto muito, mas o medo te oprime, te faz ver sempre em declive, te faz perder a vontade de sonhar... E permaneces preso. Atrelado num emaranhado solto de fios distintos, e se te vejo sorrindo, sei que é para não chorar... Triste fim eu lamento, que num sóbrio sustento, insistes em escolher a dor... Levar-te-ei à Deus numa prece, mas mesmo se meu coração soubesse, as palavras de mim se esconderam... Elas sempre se somem quando vou falar de você... Sabem que escolho sempre as mais belas, a de sentido fulgaz... Sabem que tudo se desfaz, e temem seu fim em vão... Mas não me prendo ao final... Escolho sempre o início, e cada dia retomo o suplício de poder te abraçar...



Nenhum comentário:

Postar um comentário